Um thriler sobrenatural para adolescentes, ou “jovens
adultos”. É uma bobagem, claro. Mas um bobagem bem bacana.
Faz meses que Elliot não consegue dormir, desde o
atropelamento que quase o matou. Em algumas noites ele acorda incapaz de se
mover, com figuras sombrias se movendo ao seu redor. Outras noites, ele é quem se move pela casa, enquanto seu corpo continua dormindo. Nos dois casos, ele é
atormentado por visões do fantasma da mulher que se matou no seu apartamento. A
falta de sono e as visões assustadores vão drenando as forças de Elliot, que
cada vez mais se vê como uma sombra do que já foi.
Tentando descobrir se o que está acontecendo com ele são
apenas alucinações, como afirmam seu psiquiatra e seu pai, ou se realmente o
acidente abriu uma porta para o “outro lado”, Elliot vai trabalhar em um museu famoso por
casos de assombrações. Ele espera que, se for capaz de ver os fantasmas que
assombram o museu, vai ter a prova de que não está ficando louco.
Vamos lá que a ideia não é das mais brilhantes,
sinceramente, como que a solução para seus horrores com um fantasma são mais
fantasmas? Pessoalmente eu preferiria estar ficando louca, para isso existe o rivotril.
Mesmo assim o livro é bom, as cenas com os fantasmas
são assustadoras, e toda a ideia da paralisia do sono e de ser assombrado só
quando se está dormindo e ainda sem poder se mexer pertuba o sono de qualquer
um.
É uma história para adolescentes: tem o interesse
amoroso, reviravoltas mirabolantes, ritmo acelerado e nenhum sexo. Mas tudo está bem amarrado, eu quase não consegui largar o livro até terminar. Também
achei a premissa inusitada para um livro para jovens leitores, mercado que anda povoado por distopias bizarras e vampiros sexys.
Algumas das histórias de fantasma mais pertubadoras
que eu li nos últimos tempos foram escritas por mulheres, e parece que cada vez
mais autoras estão se aproveitando deste filão. Michelle Harris já havia
escrito uma história voltada para crianças, 13 tesouros (publicado no Brasil
pela Bertrand Brasil) e este é seu primeiro livro para o publico quase adulto.
Outra autora infantil que escreveu uma excelente história de fantasmas para
adultos é Michelle Paver. Em breve seu Dark Matter deve ser assunto de
um retropost por aqui.
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